Sunday, March 3, 2024

Confrarias dispersas

Introito

Vai Passar
Chico Buarque


   Aê, Chicão! Parabéns (dispensáveis, claro) pela brilhante música. Poderia chamar o Caitano (sic) para discutir a declaração dele ao som das suas palavras. Talvez você mesmo pudesse dar uma palhinha sobre seu recente posicionamento político em função de suas antigas pregações. Mas afinal, o que são alguns bilhões, de qualquer maneira, quando se pensa em um projeto de país? Nada, absolutamente nada! Sisqueçamos dos bilhões, então, e foquemos a discussão. A aspiração heroica que certo dia gerou o ideário de um Movimento dos Sem Terra corrompeu-se, sem perceber que era subtraída / em tenebrosas transações, e sua mera existência depois de 12 anos de governo PTlho mostra o quão falida foi essa época, da qual apenas otários completos lembram-se com algum sentimento de nostalgia.

   Tergiverso. O assunto é projeto de país. Passei no Shot, para um café. Estava o Paulo, conhecido de lá mesmo, e entabulamos vários assuntos. Lá pelas tantas, perguntei-lhe qual ele acreditava ser o QI dos brasileiros. Oitenta e sete, ou algo assim, foi a resposta, certa, aliás. Mas vejamos... joguei-lhe sobre minha consideração apoiar-se primeiro nos animais - cachorros - onde a mistura de raças é benéfica. Etnias puras acumulam diversos problemas genéticos, sabemos bem: um vento derruba doente a maioria das espécies mais castiças; já os vira-latas sobrevivem a picadas de cobras, escorpiões, explosões nucleares e epidemias de Ebola. Nós somos, geneticamente, uns 90% parecidos com os dogs (nem tão resistentes ao Ebola ou explosões nucleares, e verdade...). Mas aqui misturamos chinês com japonês, sírio com africano, malaio com europeu, preto com branco, preto com índio, índio com branco - uma suruba geral! - e justo o QI deu pra trás! É um caso singular em 1.000.000 de anos de evolução! Como nos cachorros a mistura opera tão bem e em humanos disfunciona (sic) tanto?! Aí o Paulo mostrou a que veio, certeiro: em algum seminário do qual participou, a questão em voga era a fluoretação da água causando, dentre outros malefícios, a redução de QI. Os estudos são controversos? Concedamos que sim, sem problema algum. Só falta a explicação derradeira: por que a fluoretação é proibida na Europa e Estados Unidos? - para falar apenas neles. Quero dizer - atenção, teoria de conspiração agora! - bastou o imperialismo do Norte fazer propor-se em terras canarinhas a fluoretação da água para comprometer nossas gerações a ponto de já não almejarmos qualquer futuro senão a da mediocridade completa. Exemplo mais ilustrativo não poderia vir senão do próprio governo - não importa qual - ao permitir um... bate cu(!) na sede de algum ministério:


   É assim: a grand trip de hoje, para boa parte das mulheres, é ser a bunda perfeita - não ouso imaginar o equivalente para os homens. Nem Kafka desconstruiu tanto! Voltando, para fechamento: falar em projeto de país quando não nos atentamos para obviedades como essa? - mais pelo fato da proibição da fluoretação em outras terras do que qualquer estudo científico contra ou a favor! Enquanto isso, ficamos perdidos discutindo se sim ou se não impeachment. Isso (o impeachment) é na verdade água passada, isso é um claro que não (vai ocorrer). Podemos tentar mudar a bazófia? Chega de governos vagabundos - desde a redemocratização. Nossa geração falhou. Desocupemos, em reconhecimento à incompetência. Venha, Pedro Bó(uolos). E passe logo, longe de onde almeja - o posto também não é para si. Aliás, como estamos/ficaremos em SancarlCity?

😲 Onde estão as confrarias?

Nessa estória de QI baixo, invoco aquela piada: três tipos de pessoas no mundo. Aquelas que são boas em matemática, e aquelas que não são. Assim que (sic) metade das confrarias que participo estão viajando; metade está emburrada, e ainda há outra metade simplesmente sumida. A Paduca representa alguma porcentagem suplementar, e não está incluída em nenhum dos grupos anteriores; é até difícil segurar a disposição da moçada - então está desculpada. Fato: sobrei para beber sozinho este final de semana, então resolvi descontar (rs). Conn Valley Cuveé Right Bank 2005 é um Napa Valley 70% Merlot e 30% Cabernet Franc com a proposta de homenagear os vinhos da margem direita de Bordeaux, principalmente Saint-Émilion, cujo corte clássico é algo próximo a 70% Merlot, 15% Cabernet Franc e 15% Cabernet Sauvignon. Vinhos americanos normalmente envelhecem bem, mas não foi tanto o caso desse exemplar: nariz com pouca fruta, sugestão de chocolate ou café e madeira; talvez um nariz melhor pudesse descortinar outras essências... #sóquenão... Seus 14,6% de álcool não aparecem mas... oras, se a fruta já não, qual valia tem esse comentário? 😮 A boca veio herbácea, algum amargor - pouco ou nenhum doce, amargor apenas - e acidez baixa a média - com maior destaque para a permanência em boca. Seria ela mediada pelos generosos 14,6% de álcool? Porque ao final não havia muito além dos toques herbáceos. Será que meu 'desconto' saiu como tiro n'água? 🙄 Parece que sim... 😣 Abri a garrafa às 20:00 e estas trêmulas linhas saem às 23:30. Não, a aeração não vai melhorar o vinho. Dizem que 5% do conteúdo de qualquer adega faia (sic); este parece ter sido o caso... mas pelo menos o conteúdo esteve algo bebível. Se acabar com Conn Valley ainda hoje, vingo-me amanhã. Só espero não precisar perpetrar nova vingança na segunda-feira...😓

   Ainda, a rolha estava com ótima aparência. Sinal de que o vinho foi projetado para uma dada longevidade - o Wine Searcher aponta como janela de beberagem (sic) 2008-2028 - mas o resultado final ficou aquém da expectativa.

2 comments:

  1. Interessante os três tipos de pessoas, mas não localizei clique aqui para saber mais! Deve ter se vingado mesmo (rss) vinhos ótimos Conn Valley Cuveé Right Bank 2005 e um Napa Valley com a proposta sem os emburrados, os viajantes e os perdoados um brinde Solo, tbm merecemos.

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    1. 😣 não tinha 'clique aqui' desta vez?! Bem, não é sempre que os assuntos se encaixam... lembre-se: o vinho pelo vinho...
      E obrigado pela leitura!

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