Tuesday, May 26, 2020

Quinta da Bacalhôa 2009

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Introito

   Continuando na épica e inglória missão (sic! rs!) de acabar com meus portugueses um pouco mais antigos, ajustei a alça de mira para um Bacalhôa que estava de bobeira, andando sossegado de um lado para outro na prateleira como se o final dos tempos fosse um gabinete em Brasília um conto de fadas. Não viu o que o abateu...
   Gosto dos Bacalhôas desde sempre. Até promovi uma degustação de 5 ou 6 safras certa vez... não sei onde foram parar as fotos... nunca postei... tenho até o final dos (meus) tempos para isso... se a roda-viva não aparecer e levar o destino o vinho para lá. Voltando... comprei várias garrafas quando o vinho tinha melhor relação custo-benefício. Dias de um passado esquecido, o que não é surpresa para este povo sem noção nem memória que habita a Terra Brasilis...

 O Vinho Regional da Península de Setúbal

   A Península de Setúbal é uma região vitivinícola classificada como vinho regional. Proporcionalmente equivale à  vin de pays francesa, que por sua vez está abaixo da AoC (Appellation d'Origine Contrôlée). Isso pode levar o leitor desavisado a achar que tratam-se de vinhos muito simples, o que é o chamado ledo engano. Assim, os bebedores menos experientes do lado de baixo do equador seguem pensando que vinhos chilenos são bons - para os argentinos, temos ele próprios acreditando que seus vinhos são os melhores do universo, e que Maradona é melhor do que Pelé.
   Bem, Setúbal é mais conhecida pelo Moscatel que leva seu nome. O início da vinicultura na região, vai ver, vai ver (rs), teve influência grega e fenícia. Seu reconhecimento veio um pouco depois (rs), alí pelo século XIV. Seu grande mérito está na grande harmonia entre açúcar, álcool e um frescor que dura... por eras... Não eras geológicas(risos!), mas bebi um com 20 anos certa feita, e estava naquele conceito que me é caro, o de felicidade engarrafada.
   Os vinhos da Península de Setúbal estão representados por diversos bons produtores, como Quinta da Bacalhôa, DJF, José Maria da Fonseca, Quinta do Piloto e outros. Tem uma vasta gama de cepas - autóctones e internacionais - permitidas, o que acrescenta uma boa gama de combinações sobre o já extenso leque composto pelas características Aragonez, Periquita, Tinta Amarela, Touriga Nacional, Alfrocheiro, Alicante Bouschet e outras tantas.

A Quinta da Bacalhôa

   Sediado inicialmente no Palácio dos Albuquerques, depois Palácio da Bacalhôa, a Quinta da Bacalhôa foi a primeira vinícola de Portugal a plantar Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit Verdot - combinação semelhante à do Médoc em Bordeaux. O Quinta da Bacalhôa tornou-se, então, o primeiro Cabernet Sauvignon português. Na verdade, trata-se de um corte 90% CS 10% Merlot. Lançado somente nas melhores colheiras, o Palácio da Bacalhôa é um corte 60% Cabernet Sauvignon, 36% Merlot e 4% Petit Verdot.
   Quinta da Bacalhôa 2009 estagiou 12 meses em carvalho, e 6 meses em garrafa. Neste exemplar bebido agora, nota-se um pouco menos da pimenta típica da Cabernet - sinal de já estar descendo um pouco a ladeira? Bebi uma safra mais nova no ano passado, e lembro-me bem da pimenta bem marcada. Não atijolou, mas também não recomendaria a guarda por mais tempo. Mesmo safras um pouco mais recentes (10, 11) podem ser consumidas agora. No mais, acidez presente, média permanência, bom final. Com 11 anos, não é um bom exemplo de felicidade engarrafada, mas o bebedor também não ficará triste. Só não pode mesmo marcar toca...

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