Monday, April 12, 2021

O Homem cordial, a generosidade e a idiotice eterna

Introito

Quando os amigos deixam de jantar com os amigos, 
é porque o país está maduro para a carnificina
Nélson Rodrigues

   Corriam os idos de '30. Sérgio Buarque de Holanda propõe o conceito do homem cordial para tentar explicar o comportamento do brasileiro. A proposta é que o brasileiro prefere estabelecer um nível de intimidade em suas relações, em detrimento a um posicionamento mais formal. Traduzindo: ele tende a transformar tudo em família - famiglia, no sentido mafioso do termo - confundindo o público e o provida. O indivíduo chegou lá: elejeu-se deputado, senador, portanto (sic!) ele tem o direito de usufruir de sua posição como bem entender. Caiu a ficha? Isso parece ser uma explicação razoável (mas não justificável!) para entender como funciona a cabeça de um político? Pois é...
   Sérgio Buarque de Holanda ele mesmo é o exemplo acabado de que gênios geram imbecis. O que dizer do que podem gerar imbecis natos... não venha dizer-me que podem gerar gênios, se você não conhece algo sobre entropia. E, se não conhece, vá estudar antes de questionar. Basicamente é assim: a bagunça não diminui, só aumenta. Então, o caos voltar à ordem é impossível; alguma ordem degenerar para o caos é o destino de tudo (e de todos: do pó ao pó). 
   Mercedes Sosa, cronópia de primeira linha e uma das melhores cantoras worldwide desde sempre, deu mostras de generosidade cantando em diversos momentos com famas absolutas de qualidade não mais que mediana - tais famas são tudo o que merecemos por escolher nosso destino de maneira tão medíocre -, como no encontro mostrado aqui. Um traço pós-moderno (sic) da cordialidade, nossos supostos ícones culturais (intelectuais? não... é que não temos ícones intelectuais, então novamente de maneira pobre, abaixo do razoável, tomamos os primeiros pelos segundos) insistem em manter laços de amizade e concubinato com corruptos reconhecidos, ladrões condenados e picaretas dissimulados, que pouco falta para juntarem-se aos outros dois grupos citados imediatamente antes deles. Reflita um pouco sobre esses imbecis natos, mas também não sisqueça (sic!) de viver a vida e cuerta (sic! 🤣) um pouco mais da Mercedes, em outra prova de sua generosidade absoluta, acompanhado por outro fama de primeira linha.
   Por última reflexão, uma coisa precisamos convir: os esquerdopatas que enterraram suas biografias gozavam de real reconhecimento público, para o bem ou para o mal. Os direitóides, por suas vezes, são todos medíocres que nunca saíram do real anonimato, conquistando nada além de medíocres plateias. Assim caminhamos para o abismo. Se vamos dar o passo para atrás e livrar-nos da nossa idiotice eterna, ainda que no derradeiro momento de estarmos a cair pelo desfiladeiro, é algo que temos um breve tempo para pensar. Sejamos rápidos e objetivos.

Colossal Reserva 2015

Colossal Reserva é um Vinho Regional de Lisboa. A região  conta com produtores como Quinta da Chocapalha, Quinta do Monte D'Oiro, Adegamãe, DFJ Vinhos, Casa Santos Lima e muitos outros. Colossal Reserva é produto da Casa Santos Lima. Na safra '17, foi um corte Syrah, Touriga Nacional, Alicante Bouschet e Tinta Roriz. Podemos imaginar que possa não ter variado muito (podemos?) entre as safras. Colossal Reserva 2015 abriu com um dulçor excessivo, muito além do característico do vinho português de maneira geral. Até perguntei-me se seria um vinho meio seco, a exemplo de diversos primitivos. Não é. Acontece que o dulçor começou a ceder depois da primeira hora. Aerar é preciso; se abrir em 20 (risos) e servir direto para todo mundo, ninguém vai gostar. O nariz é discreto, com fruta vermelha bem marcada e alguma nuance a mais que não peguei. Boca com especiaria, bons taninos, corpo médio, alguma persistência e final bem adequado, para um vinho na faixa de preço. Não vamos nos iludir, é um vinho relativamente simples, mas é o simples que agrada o bebedor menos exigente como eu. Seu custo 'lá' é da ordem de USD 5,50 (praticamente 5 moedas de Euro), o que torna-o um grande competidor nessa faixa de preço. Por exemplo, é melhor que o famoso Monte Velho, ao custo de 4 moedas de Euro. Se vai pagar 4 no Monte Velho, pague 5 em Colossal. O problema é que Colossal custa aqui uns R$ 120,00 😢. Isso dá margem de 3x. Não foi comprado com o dóla em seu atual patamar, foi comprado em nível bem mais baixo, indicativo de markup bem superior a 3x. Uma pena.

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