Friday, April 16, 2021

De energúmenos e falcões

Introito

   Uma das últimas postagens do blog sofreu pesados ataques da detratoria (sic!) patrulhadora das opiniões não-conformes com o stablishment. O blog encontra-se sob opressão tanto quanto a Democracia está sendo solapada pelas tropas bolsonéias. Resistir é preciso! Nesta batalha, o pobre-diabo (um mero 04 da vida), que já visitou este espaço diversas vezes, protege-se sob o manto do anonimato proporcionado pela internet. Não é por isso que deixarei de travar o bom combate com o covarde ignoto. Aliás, acho muito interessante desmascarar o baixo nível argumentativo desses capiaus. No começo, pensei que seria uma contenda intelectual discutir com quem defende margens pornográficas na venda de vinhos. Qual... o nível da argumentação chega ser abjeto - prova cabal de que discutimos apenas o excesso de lucro pelo excesso de lucro, e nada além. Repete-se argumentos estúpidos na esperança de que com o tempo tornem-se verdadeiros. É deliciosamente engaçado ver minhas abordagens (digo, respostas) diferentes sobre o mesmo tema retornarem na forma da mera repetição. Vai que a disposição para o combate reverte-se em mero infortúnio. Vejamos um exemplo da última postagem:

Senhor Carlos, mais uma vez o senhor destila sua raiva e por que não dizer, preconceito, ao dizer que pagamos salários a tolos. Nós remuneramos bem os nossos funcionários, que são muitos. Contribuímos para o sustento de muitas famílias. E o senhor? O senhor acha errado pagar bem nossos colaboradores? Muitos não fazem isso e conseguem cobrar menos pelos produtos que vendem. São empresas quase que familiares, às quais, também respeitamos. Sua cabeça é realmente muito limitada. E fica gritando como uma galinha velha, sem botar ovo. Se não tem conhecimento de causa, deve calar-se e evitar escrever impropérios. Continue comprando seus vinhos de qualidade e procedência duvidosa. Pelo jeito, isso não fará a menor diferença para o senhor. O importante é que pague mais barato e beba garrafas e mais garrafas. Como disse, espero mesmo que o senhor não trabalhe com o público, para que as pessoas não tenham que ouvir ofensas e gritos a todo momento, só por terem contrariado o vosso pensamento.
Sds

   Em vermelho, chama a atenção como se distorce qualquer afirmação minha descaindo para o paternalismo. Ao falar em 'custos com funcionários', eu defendia nas entrelinhas que a máquina precisa sem enxuta - como em qualquer empresa! - e, não sendo, é necessário ter uma estrutura onde idiotas comandam idiotas que não sabem trabalhar, elevando os custos. A resposta  pretende colocar-me na posição de bandido desalmado e afirma: quem vende mais barato, vende porque não remunera bem os funcionários. Deve ter um espião dentro das empresas que enviam-lhe relatórios detalhados... Depois muda de assunto, conforme o sublinhado (sobre empresas familiares), mas tal proposta nada tem a ver com a premissa. A premissa é 'não pagar bem funcionários'. Daí, extrapola que, sendo familiar, não paga bem os respectivos. Novamente, o sujeito tem informações privilegiadas. E, finalmente, empresas com estruturas maiores (desde que eficientes!) devem ganhar na escala, e podem pagar seus quadros, sim senhor!
   Em azul, vê-se o compromisso com a discussão: nenhum. Devo calar-me. Não posso questionar. Os questionamentos dele foram todos demolidos. E pior, sem muito esforço. Então ele retorna com a mesma ladainha de sempre, tentando calar-me sem nunca dar argumentos. 
   Em verde, nota-se o respeito do fulano pela concorrência. Quem pratica menor margem tem qualidade e procedência duvidosa (sic).
   Em rosinha (rs), o xingamento depois que escrevi em caixa alta - sim gritando. Fruto de comentários muito energúmenos. Este blog não pretende ser politicamente correto e a educação e cortesia vão até certo limite. A pessoa em questão já foi respondida diversas vezes anteriormente, e nunca apresentou um único argumento nas discussões. Como dito, repete frases soltas esperando que tornem-se verdade. Não neste espaço, que é de debates. Ao fugir da argumentação, não respeita o espaço, que é de discussão. Não me respeita. Não me respeitando, terá da recíproca, em algum momento. Observando, claro, que o xingamento não faz parte da conversa. Xingamento foi o dele, justamente apontado em... rosinha...
   Uma das bases da minha argumentação - depois de assumir que não conheço em profundidade os trâmites da importação, etc., etc., etc. - vem da observação de que eles (os trâmites) valem para todas as empresas, grandes ou pequenas. E, se a empresa é maior, ora, ela tem que ganhar na escala! Recuso-me a acreditar que a escala perca da burocracia, se esta vale para o grande e para o pequeno. Perde da ineficiência (em qualquer lugar, não só aqui!), mas é outra questão.
   Ser exortado a largar dos picaretas e juntar-se aos bons não traz o energúmeno à reflexão. Ele ainda quer justificar o injustificável. Por mais que aconteça assim: abaixo temos dois preços do mesmo vinho (safras diferentes). Na primeira imagem, seu preço no catálogo de 2019-2020, e antes dele esgotar-se, representado por uma importadora tubarona. Vendido ao dóla do dia, saía pela bagatela de USD 118,50, pelo menos R$ 600,00 a custo de hoje. Comprando em Real, no dia 6/3/2021(!), paguei... R$ 245,65! Se o vinho está bom? Ara, Já havia experimentado dele há algum tempo - não postei. Mas aquela experiência foi a 'deixa' para começar a estocar Korem como se não houvesse amanhã (rs). O vinho não apenas é muito bom como está em ótima condição, conforme comprovei em duas ocasiões no último ano! Então é assim: o que não é 'dele', é de procedência duvidosa. Vê-se que respeita os concorrentes como respeita o blog...


   Bem, quem sabe agora o leitor desavisado não estranhe mais quando digo que importadores (e sua corja de obedientes defensores) são energúmenos. 

Falcoaria Vinhas Velhas 2016

 Falcoaria Vinhas Velhas é produzido pela Quinta do Casal Branco. Está estabelecida na Doc do Tejo, que procedeu a denominação Ribatejo em 2009. É um 100%  Fernão Pires, casta autóctone portuguesa e completamente desconhecida por nós brasileiros, que precisamos aprender a admirar o que é a maior riqueza portuguesa além, claro, da hospitalidade de seu povo. Nariz com firmes toques cítricos (limão? parece mais do que mexerica...), boca muito mineral como já adverte a ficha na página do produtor, apresenta ótima acidez em equilíbrio com o álcool que, em seus 13%, nota-se muito pouco - boa integração - e deixa um rastro igualmente cítrico. Não casou com xarxixa (sic) de vitela nem com queijo brie. Não destoou, mas não casou. Num doelo (sic), a tendência é que a Fernão Pires mate a Chardonnay. Não porque não casou bem com quitutes afeitos a esta, mas porque tem mais pegada. Boa persistência e bom final, permanece na boca depois de engolirmos e salivarmos... É um vinho de 15 Euros no sítio do produtor e vendido aqui - Savegnago S. Carlos - a R$ 99,00! A importação é do grupo supermercadista Verdemar. O próprio Savegnago começa a fazer suas importações com margens interessantes. Comentei muito recentemente sobre as margens dos supermercados. Eles estão acordando. You heard first from Charlieeeee... (vá ao minuto 3:30! 😂).

9 comments:

  1. Testando para ver se funciona o comentário... rs

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  2. Postagem legal, Big Charles. Como a gente discutiu pelo whatsapp, tem muitos pontos a serem analisados. Mas o cara perde a razão quando começa a te agredir fortuitamente. E ainda se esconde atrás do anonimato. Hoje em dia está comum.
    Mas em relação ao vinho Falcoaria, o coitado ficou perdido alí no finalzinho da postagem... rsrs. É um bom vinho, pelo preço. Mas como eu não posso deixar de encher o saco, só não concordei em você dizer que a Fernão Pires (ou Maria Gomes) é "completamente desconhecida por nós brasileiros". Tem muito vinho feito com ela disponível no mercado, inclusive, em supermercados. O João, do Gourmet, tinha uns dois que eram muito agradáveis, e era bem comum os restaurantes daqui terem Fernão Pires na carta. O Bart tinha um simples, mas legal na carta. E a casta é encontrada em vários cortes de brancos disponíveis no Brasil. Mas o mais curioso mesmo é um tinto feito com 94% dela (e o restante de Baga), pelo Luis Pato. É um vinho bem legal. Acho que ainda tenho uma garrafa dele aqui.
    Abraços,
    Flavio

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    1. Don Flavitxo, obrigado pelos comentários.

      Veja: uma coisa é assunto tratado por quem está há anos nessa lide; outra, pelo degustador mais simples. Eu, que considero-me entre esses pontos, pouco tinha ouvido falar, e não lembro-me de já ter experimentado. De várias confrarias que participo, o branco é sempre relegado a segundo plano, e os portugueses mais ainda - por mais que seja um descuido desses grupos. Assim, dizer que a cepa é um tanto desconhecida parece uma boa aproximação. De qualquer maneira fica o registro, pelo qual agradeço.

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  3. Senhor Carlos, vi que não consegui convencê-lo usando os meus argumentos. Espanta-me, no entanto, o senhor me bloquear, dizendo que foi xingado. Quem usou as palavras tolo, energúmeno e idiota foi o senhor, enquanto eu, apenas fiz uma analogia com galinhas poedeiras velhas, quando não conseguem botar o ovo e ficam cacarejando sem parar. Onde está o xingamento nesta analogia? No entanto, se eu parar qualquer pessoa na rua e a chamar de idiota, energúmeno ou tolo, certamente levarei uns bons safanões, e com razão. Experimente fazer isso com um transeunte, ou então, com um vendedor em uma loja de vinhos. Chame-o de idiota, energúmeno, para ver se não será convidado a sair da loja.
    Dispensarei as saudações finais, considerando que não devem ser bem-vindas.

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    1. Olá. Obrigado por escrever. Não dispenso o que ofereço a todos, a cortesia introdutória. Isso vale sempre, até para energúmenos. A cortesia é a mola-mestra do diálogo. Mas ela se desgasta e acaba quando o diálogo descai para a mediocridade de argumentos, que é aquilo que nos brinda seu excesso de tolices 'desde sempre'.

      Não bloqueei você. Encerrei a discussão (é diferente) ante seu xingamento vazio. A comparação de mau gosto É SIM uma forma de xingamento. Apenas estúpidos não percebem - daí que o qualifico como tal. Melhore o manejo das palavras e das ideias.

      Não aprendeu ainda que "tolo", "energúmeno", "idiota" NÃO SÃO XINGAMENTOS, mas qualificativos. Isso já foi dito mais de uma vez! É a prova acabada da sua ignorância. Agora, se chamar alguém na rua de idiota, sem motivo, vai merecer o que levar mesmo. Veja a idiotia de seus pseudo-argumento: tira a situação de sentido e quer comparar um corretivo merecido com a ideia esdrúxula de dirigir-se a um transeunte e promover uma provocação gratuita. Isso não é 'coisa de tolo'? Isso não é uma tolice? Tolo...

      No mais, não entende: vezes e vezes acusa-me de não conhecer os custos específicos disto e daquilo - que não conheço mesmo. NÃO É NECESSÁRIO! Tudo o que faço é COMPARAR A MARGEM PORNOGRÁFICA DE UM GRUPO DE ENERGÚMENOS ESTÚPIDOS QUE QUEREM NOS ESTUPRAR com o preço ridículo de seus vinhos, com o preço (margem) de várias outras importadoras que praticam valores muito menores.
      * Desrespeita a concorrência que trabalha direito, supondo que não armazenam bem, dentre outras acusações vazias. OUTRA ESTUPIDEZ, UMA VEZ QUE O ASSUNTO JÁ FOI RESPONDIDO QUANDO MENCIONEI MINHA VISITA A OUTRA IMPORTADORA (De La Croix) e conheci com o sr. Daniel, gerente à época, o estoque da empresa: bem refrigerado. Assim, o energúmeno vem aqui mentir, tergiversar e gastar meu tempo repetindo mantras que nada mais são do que conversa mole.

      Isso posto, e prova de que o blog respeita e publica opiniões contrárias, até hoje respondi A TODAS as suas mensagens. Mas de hoje por diante responderei argumentos, e não repetição de mantras e outras idiotices.

      Enoabraço
      Oenochato

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    2. Boa tarde senhor Carlos,
      Impressiona-me a sua cortesia. É tão grande, que agora expande os xingamentos para estúpido e até mesmo, coisas piores. O senhor não tem limites nas palavras. E o pior de tudo é que se julga educado, ainda que espalhe xingamentos e impropérios para todos os lados. Aliás, em toda a nossa discussão, nunca citei o nome de qualquer empresa, coisa que o senhor não se priva. Isso não me parece ético com elas.
      Eu gostaria de saber se o senhor aceitará ou não a minha proposta para abrir uma importadora de vinhos. Ela está de pé.
      Atenciosamente

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    3. Bem, por partes.

      +++++++++++++++++++++
      Sem entrar no mérito
      Segundo Michaelis, 
      Impropério: repreensão injuriosa.
      Injúria: palavra, atitude, ação de insulto ou ofensa a outrem.
      Veja a confusão: você sente-se ofendido ao ser desnudado em sua ignorância. É falta de estrutura intelectual.

      Também segundo Michaelis,
      Tolice: ação ou dito de tolo; asneira, baboseira. Aquilo que é superficial ou fútil.
      Estúpido: que ou quem revela estupidez; falta de inteligência, de juízo ou de discernimento. Que causa imbecilização e/ou tédio.
      Tolo e estúpido refletem a completa tradução do seu discurso: superficial, que causa imbecilização e tédio. Porque não apresenta argumentos, mas - como dito diversas vezes por mim - repete falácias na esperança de que se tornem verdade. Não neste espaço.
      +++++++++++++++++++++++++++++++++++

      Entrando no mérito.
      Ora, mais estupidez. Se eu cito nominalmente companhias das quais compro, e você escreve "Continue comprando seus vinhos de qualidade e procedência duvidosa", então a quem você se refere? Estúpido, você as está citando de maneira indireta!

      Depois, vem falar de ética para tentar enquadrar-me em um discurso onde 'é feio' ou 'é estranho' o cidadão exercer seu direito de reclamação. Não prosperará, por estúpida que é tal proposição. Vá estudar ética, para saber o que é. PORQUE NÃO SABE! Cito nominalmente importadoras com margens que julgo 'razoáveis' contra aquelas cujas margens não acho. Você jamais apresentou um argumento de fato para justificar tal discrepância. O que cita como fatores de aumento de custo, aplica-se a TODAS as importadoras.

      Sua proposta de que eu abra uma importadora já foi refutada com argumentos de que 1) Não é minha vocação; 2) Não preciso em enfronhar no mercado para fazer comparações simples; 3) VOCÊ QUER FALAR DE ÉTICA MAS SUGERE QUE EU, UM 'AVALIADOR' (sic) DE VINHOS PASSE A VENDÊ-LOS? ISSO PARECE-LHE ÉTICO? É ISSO? Então... se eu digo que você não sabe o que é ética, está aí a prova!

      Por último e não menos importante: este é um espaço para discussão de vinho e correlatos. Até mesmo questões envolvendo sua importação. Traga argumentos, dados. Você não traz nem um nem outro. Só tem reclamado de ser desnudado em sua ignorância. Não comenta qualquer análise de vinho - que diz serem ruins - não agrega nada à discussão.

      Discussão encerrada em definitivo por completa falta de argumentos do debatedor. Se trouxer argumentos técnicos, vamos discutir. Conversa mole que nada agregue ao blog não será mais publicada.

      enoabraços
      Eonochato

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    4. Big Charles,

      Esquece esse malucão. Tá na cara que tem conflito de interesse na história.

      Toma uns vinhos bãos hoje no feriadão.

      Abração,

      Flavitz

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    5. 😂🤣 O gosto pelo debate é algo difícil de conter... O blog dá oportunidade de discussão a todos. Mas claro, deve haver um limite.

      []s, e obrigado!

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