Saturday, May 15, 2021

Novamente as paralelas

Introito

   Estou repetindo um vinhozinho já degustado há três meses. Repiso a questão sob outro ponto de vista. Encontrou um vinho que gostou, a bom preço? Compre mais algumas garrafas; beba uma ou outra de vez em quando; mostre o produto às pessoas que gosta. Ou, como hoje está sendo para mim, caso sinta o dia 'morto', se não tem inspiração para beber algo mais intenso, se pensa em queimar algo melhor com as companhias que curte, repita esse algo que já o atraiu em outro momento. No presente caso é um vinho que, compradas três garrafas após experimentar uma na primeira 'promo', notei que seria boa compra e toquei os exemplares na adega. Só não vá ficar repetindo o mesmo vinho 'a vida inteira' - por muito tempo, quero dizer. Fiz muito disso. Mas não tinha ninguém ponderando comigo a enorme tolice do ato.

Line 39  Petite Sirah 2013

Como dito na postagem anterior de Line 39, adorador idiota do 'mito', importador energúmeno, vinho absurdamente caro e político desonesto encontramos em cada esquina. Assim vamos guardando na lembrança o importador que pratica preços honestos, o político que honra o mandato, vinhos com a tal boa relação custo-benefício e momentos alegres que seu consumo nos traz. O 'Latitude 39' (rs!)  dos gringos repete boa fruta, couro ou chocolate, e desta vez um quê de charuto apareceu com mais força. Seria o couro mais intenso? Boca com o dulçor já mencionado, chocolate novamente, bons taninos. Acidez presente, ajuda a compor aquele panorama harmonizado sempre agradável. Pelos R$ 85,00, justificou bem a compra. Ele aguenta mais um tempo, não há dúvida. Ali por 2011 lembro de ter bebido com o Akira vinho americano igualmente simples com dez anos de idade, e estava bom. O advento da engenharia genética no final dos anos 80, começo dos 90, ajudou na produção de leveduras de alta qualidade, e os americanos claramente aproveitam isso muito bem e desde cedo. Procure aí ao lado a postagem sobre o Cain Five, de 1998, bebido mais de vinte anos depois e tire a prova. Relembrando minha abordagem do Julgamento de Paris, acho que aquele evento apresentou um resultado que mais denunciava a soberba e a inocência. Mas não dúvida de que no século XXI os americanos fazem vinhos que rivalizam com os bons franceses. Estão sabendo cobrar bem por eles. Mas vejamos, um Quilceda Creek Cabernet Sauvignon 2010 - algo já envelhecido, portanto - tem como preço médio USD 220,00 (USD 200,00 na Benchmark) estraçalha qualquer sul-americano que custa no Chile USD 150,00 ou mais. O Almaviva tem preço médio de USD 247,00 no Chile, mas custa USD 150,00 na própria Benchmark. Como pode? Pergunte pros chinelos chilenos. Tá indo pro Chile? (depois da pandemia, claro, que por hora não aceitam cães sarnentos - aquilo  que nos transformaram! - por lá) Compre franceses... tá tendo (sic) bastante.





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