Tuesday, May 10, 2022

A ingenuidade é a forma mais acabada da estupidez

Introito

A ingenuidade é a forma mais acabada da estupidez
Máxima do Enochato

   
Comentei outra hora que somos uma nação de pulhas. Não me custa admitir erros ou mudar de posição se percebo minha incongruência. Se eu estiver errado, deixemos isso bem claro. As erratas do blog, ainda que apegadas a detalhes mínimos, sempre atestaram isso. Tal conduta tem nome: honestidade intelectual. E não a estou a invocá-la - quem precisa disso invariavelmente não a tem -; estou chamando atenção para exemplos pretéritos que a confirmam. Se alguém desejar confrontar minha posição, teje à vontade (sic). Mas sobre a nação de pulhas, sobre a qual fui contestado recentemente, não vejo motivo para mudar. Isso nos descreve. Falando disso e de honestidade intelectual, veja aí a participação popular no primeiro de Maio. Muita gente? Bom... essa foto é do primeiro de maio de 2018...

Aí, neste primeiro de maio de 2022, toca pseudojornalistas realizarem o exercício hercúleo de construir a realidade que desejam veicular. Uma foto convenientemente posicionada pode perfeitamente passar para o desavisado - o ingênuo da máxima - a impressão do sucesso que se pretende mas que na verdade não se alcança. Cada canalha tentou passar-lhe, leitor, uma impressão (imprecisão?) dos eventos. Não é seu direito se passar por inocente, por mais que no meme fique muito engraçado. E olhe que fica mesmo...

Como comentado por ocasião do Nobel, esse quarto poder, no qual não votamos nem nos presta qualquer conta, derruba prefeitos, ministros e presidentes; atores, desportistas e cantores, inventores, acadêmicos e escultores, se algum deles desafiar a peleguice que serve ao status quo. E isso não é novo. Ditadores - sempre eles - usam da imprensa e seus recursos conexos para enganar a sociedade de alguma maneira passando às pessoas uma imagem distorcida de seus líderes

Não creia que apenas um lado do espectro faz isso; a canalhice é ambidestra. Mussolini foi o primeiro grande ditador do século passado, e fez escola para todo mundo que veio depois dela. Hitler o admirava - sabia? - por sua habilidade em mobilizar as massas e sua astúcia política, além de ter conseguido em tão pouco tempo o que os nazistas precisaram de mais de uma década para realizar. Mas está aí a prova de que os esquerdopatas também se aproveitavam dos recursos tecnológicos da época para resolver seus incômodos. Apenas parecem não ter retocado o olhar do Molotov, que parecia estar olhando o pobre Nikolai Yezhov, vítima de acusações nefastas em 1939.

Às vezes a sociedade está um pouco esclarecida e zomba de si mesma. Outras, quer acreditar no que deseja. Exemplos? E... se ninguém descobriu - ou pelo menos mencionou - de onde retiraram a foto para a falsificação dessa capa - você ouviu algum comentário sobre a origem dela? - fica a pergunta: bolsonésio posou de exclusivamente para ela? Isso o tornaria parte do embuste...

   

   
A imagem ao lado, do portal de notícias Metrópoles, mostra uma Avenida Paulista com alguns bolsonésios e um Pacaembu praticamente esvaziado onde PTelhos fizeram sua concentração. E ainda pretendem nos convencer de que a eleição está definida. Lulalelé e bolsonésio podem sim estar no segundo turno das eleições, mas nesse futuro só acreditarei depois de apurados os votos do dia 2 de outubro. Se tais movimentos tiveram tão pouca adesão, onde estão os supostos, mais ou menos, 30% e 40% de bolsonésios e lulalelés? Como ficam os 45% de nem um e nem outro? Fora os nulos e brancos... já já vamos totalizar 140% de votos, e o populacho continuará a acreditando que seu candidato predileto estará no segundo turno. Incluam-me fora dessa...

   Enquanto essa turba espalha confusão por atacado, no varejo nosso detrator-mor não deu mais as caras. Chamou-me de esnobe e ostentador por comprar (em 3 confrades) vinhos de R$ 400,00 lá fora, sem dar-se conta de que seu preço aqui é o triplo - o valor que em seu ato falho ele usou para atacar-me pessoalmente pelos adjetivos pouco lisonjeiros. É essa a ideia que ele faz de quem compra os vinhos aqui: ostentam. Esnobam. Mas ele defende as margens que nos conduzem a esse abuso com unhas e dentes. Qual a diferença dele e dos safados que já já virão pedir seu voto? A menos da quantidade de zeros envolvidos nas tramoias, nenhuma...

Quarta com Baco

   O Renê passou por aqui na quarta-feira passada. Trouxe o bom humor de sempre, o jeito bonachão ao falar e suas análises certeiras sobre a bagunça que estamos vivendo, nacionais ou internacionais. Só sisqueceu (sic) de trazer um vinho à altura de suas ideias 🙄. Está intimado a fazer isso da próxima vez 😏, e quero ver como vai se sair... 🤣. Resolvi levar um vinhos simples, tanto pelo meu estado nasal quanto para mostrar para ele um tintinho bom e barato (em promo), o já conhecido Villa Blanche Syrah 2019. Bebi dele bem recentemente, mas a ideia ao comprar esses vinhos mais baratos em 'promo' é divulgá-los para as pessoas, se forem no mínimo razoáveis. Novamente percebi a massa de frutas que notara antes, sem conseguir discernir alguma fruta com precisão. O Renê ficou em dúvida. O Akira identificou - não lembro-me o que - mas seu comentário seguinte nos surpreendeu:
   - Esse buquê é artificial...
   Além do bom nariz, o Akira trabalha na área de fermentação. Contam uma estória - nunca acreditei 😮 - que certa vez um representante comercial de insumos para o setor sucroalcooleiro chegou na usina onde ele dava consultoria com uma maleta de odores à tiracolo. Seriam 180 aromas artificiais distintos. Caiu na besteira de apostar com o Akira que este acertaria às cegas 10 aromas que ele selecionasse. Perdeu a maleta. Akira ainda arrematou:
   - Claro, isso não é falar mal do vinho. Apenas, às vezes, fazem isso para acertar o vinho, ou esconder algum defeito. Parte considerável dos produtores adota esse procedimento.
   E é verdade. A tal era comercial do vinho (anos 90 para cá) veio acompanhada de evoluções tecnológicas de ponta, como leveduras geneticamente modificadas, e outras soluções menos... puritanas...
   Da minha parte, ainda não consegui acertar a boca muito bem. Novamente não peguei muita acidez - fã de sul-americanos, o Renê ainda não encontra tão bem essa característica quando prova vinhos do Velho Mundo. Acho que já disse aqui algo mais ou menos assim, sobre alguns vinhos da Chez France, de onde comprei esse Villa Blanche (e outros): se tivesse pago o preço cheio, teria ficado triste. Mas na promo seus vinhos não estão ruins. É a velha e eterna relação preço x qualidade. Infelizmente a conversa no restaurante estava embalada, e sequer nos lembramos de eternizar o momento com uma foto...

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