Tuesday, November 22, 2022

As bléqui estão vindo... e outras estórias

Introito


Sumido que só ele, dizem que passa os dias a chorar. Não é homem de enfrentar seu destino. As atenções voltam-se a Valdemar Costa Neto, que ou enlouqueceu a nível superior ao de Bob Jeff ou está toureando bolsonésio enquanto a passagem do bastão não vem. Fico com esta última. Não significa que bolsonésio deixará de procurar confusão; seus seguidores são bucha de canhão à procura de um cano para se enfiarem. Ali Lulá assiste de camarote enquanto pensa em alguma desculpa para enfrentar o fracasso que se aproxima. Gastou tolamente a desculpa da herança maldita há 20 anos; qual será o discurso agora? Certo que seus seguidores somam outro grupo de extremos idiotas e acreditarão no que desejarem acreditar - certo Caetano? -, mas a pedra nesse sapato é a parcela esclarecida do eleitorado, principalmente aquela que deixou de votar ou mandou uma banana a ambos os facínoras e está pronta para posicionar-se na oposição. O pessoal do bem coordena-se para o impixe. Já cantei essa bola há muito - refletindo que seria mais fácil defenestrar bolsonésio. Talvez perpetrar isso em Ali Lulá - por maiores que sejam os riscos - renove nossa energia, dê-nos um novo sabor de vitória há muito nos pilhado pelo maior traidor da República desde sempre. Veja como os bons estão começando a raciocinar; está em 7min:40s, mas vale assistir a vídeo todo para saber o que a PTlhada vem planejando antecipadamente. Nunca senti-me flertando tanto com o precipício. Sem paraquedas...

Contato capenga

O Xandão - não o do SFT, o outro - ligou-me há poucos dias e combinamos minha ida a Ribeirão Preto. Lembro-me bem: há uns 15 anos ele trocava a cerveja - tão necessária naquela cidade - pelo vinho. Como muito neófito perdido por aí, começou errado: vinho suave. Tratei de corrigir o problema tão logo o vi, apresentando-lhe os chilenos. Era 2007, outras épocas... Sei que agora ele anda bebendo portugueses. Não, não perdemos contato durante todo esse tempo; rolaram encontros esporádicos como por exemplo quando sua esposa Olga vinha para cá correr a Volta da USP. E, nem percebi, a danadinha entrou para o seleto grupo de 60 ou 70 brasileiras que completou a Majors, concluindo as 6 mais importantes maratonas do mundo: Tóquio, Boston, Londres, Berlim, Chicago e Nova York. Estou bem de amigos, não é mesmo? Só falta desfrutar um pouco mais dessas afeições...

Brutalis é o nome da besta

Comprei minha única garrafa de Brutalis há muitos anos, por uma sequência de acasos: o corte, a safra, o nome e, sobretudo, a relação preço-cá-preço-lá, diligentemente verificado no Wine Searcher; estava a algo como 1.4x no Savegnago, que trouxera uma carrada de rótulos dos Irmãos Muffato, grupo supermercadista do Paraná. Comprei vários franceses naquela época, até o Fleur de Pedesclaux, segundo rótulo do quinto vinhedo de Bordeaux na classificação de 1855, a preço bem razoável. Certo que safra '11, não tão boa, mas pelo desembolso (R$ 127,00 em julho de 2018) massacraria a concorrência sul-americana com uma mão nas costas. Voltando ao Brutalis... só não notei que era um meio seco 😣... Para sorte deste escriba, os meio seco europeus descartam qualquer semelhança aqueles vinhos feitos do lado de baixo do Equador. Esse Vinho Regional de Lisboa na safra 2011 foi um corte Alicante Bouschet (60%) e Touriga Nacional (40%) - atualmente é cortado com Cabernet Sauvignon - potenciado a 14% de álcool que aparecem de leve - na verdade a Olga pegou que ele estava puxado no arco (sic) - com nariz rico em frutas, chocolate e tabaco. O adocicado a mais aparece na boca, mas não enjoa. O preparo de maminha estava muito bom, mas acho que faltou um pouco de gordura para casar com o corpo - não mencionei o que levaria. Taninos e acidez médias foram sobrepujadas um pouco pelo dulçor, o que não compromete o conjunto da obra; se não houve uma ótima harmonização, tampouco desarmonizou. Não mostrou tanta persistência nem final marcante que não o calcado no travo doce, passando um pouco longe do estilo a que estou mais acostumado. Estranha um pouco o preço lá e cá, 32,00 € contra R$ 300,00-R$ 400,00 (este para a safra '11, ainda disponível). 😮 paguei cerca de R$ 120,00 aqui. Certo, em 2018. Valeu ter esperado um pouco mais; a safra merece o devido respeito.

As bléqui-fraids estão vindo

Antecipando a data, muitas importadoras sérias anunciam descontos desde já. A de la Croix como sempre torra alguns rótulos manchados ou mesmo rasgados, com descontos. Para importadora que trabalha com margens apertadas, é uma oportunidade para comprar ainda mais barato. Tenho um Créme Tête do Rousset-Peyraguey 2000 cujo rótulo - horrivelmente desgastado - mostro qualquer hora, e pelo qual paguei uma bagatela. A Chez France está com uma linha de portugueses e Chiantis mais simples a ótimos preços (R$ 60,00-R$ 130,00), e a Enoeventos apresenta ótimas ofertas, inclusive em azeites. Mas preste atenção nas Xampas. Diversos vinhos voltaram à margem menor que 2x, o que era o grande diferencial da casa, então é hora de aproveitar. Particularmente, já comprei das duas últimas. Estava namorando um Réserve de la Comtesse 2009 (ótima safra), segundo vinho do segundo vinhedo Château Pichon Longueville Comtesse de Lalande, de Pauillac, mas esse não entrou na bléqui. Uma pena...







4 comments:

  1. Tenho duas perguntas. A primeira é se você acha este vinho melhor que o Esporão Reserva. A segunda é se tem alguma dica de vinho para esta black friday.

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    1. Olá! Obrigado pela leitura.
      São vinhos tem diferentes - um seco e um meio seco. Não julgo-me em condições técnicas para dizer qual seja melhor. Com a comida apropriada, Brutalis brilhará mais - tem alguma declaração minha sobre harmonização com vinhos meio secos aqui no blog. Por outro lado, a minha preferência seria pelo Esporão Reserva. Mas esse não compro mais. Se procurar no início das postagens (são de 2012...), encontrará minha percepção de uns 11 ou 12 anos atrás de que os vinhos da Qualimpor pareciam estar ficando caros. Aí encontrei um levantamento da Enoeventos que comprovava exatamente isso - Google: "comparação das importadoras" enoeventos (os primeiros termos entre aspas mesmo!) e vai encontrar. Basta comparar a evolução dos preços e a margem do importador aumentando, até ele atingir a posição de tubarão de maneira inquestionável. Quando os preços recuarem, volto a comprar. Aqui é Brasil? Preços não vão recuar? Ah, tá...

      A melhor dica das bléquis são as importadoras citadas e (conectivo de adição!) a ferramenta Wine Searcher (https://www.wine-searcher.com/). Comparo os preços até dos vinhos de R$ 70,00 que comprei delas. Se um vinho está acima de 2x, não compro. E tem muito vinho aí com essa margem mesmo fora das bléqui. Faça suas pesquisas. Divida seus achados aqui. Levarei suas dicas para a postagem principal, desde que você envie os endereços delas.

      Novamente, obrigado.
      Oeno.

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    2. Obrigado. Eu recebi muitas mensagens com ofertas, mas a impressão era que aumentaram os preços e deram o desconto. Tudo caro.

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    3. Talvez o leitor seja um neófito nessas estórias de comparar preços... Mas é bem-vindo; o consumidor precisa acordar para o fato do mercado estar recheado de golpinhos. A metade do dobro é como os iniciados referem-se a certas empresas em suas promoções e bléquis fraidis, exatamente a queixa de agora. Repito: é fácil (embora dê algum trabalho). Wine Searcher neles!

      Aliás, no ano passado fiz comentários similares...
      https://oenochato.blogspot.com/2021/11/vinho-veio-caves-alianca-garrafeira.html

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