Sunday, March 10, 2024

Um vinho grego na parada

Introito

Mais uma divertida reunião no Restaurante Barone com a Ariane, a Simone e o Cláudio, e chego com um branquinho nojento grego, o Cuvee Speciale 2019 produzido pela vinícola Theotoky nos confins de Corfu, ilha jônica citada por Homero em A Odisseia, segundo o importador. Mal servi, o Cláudio tocou a lapa lá dentro (risos) e olhou-me com aquela satisfação de quem diz, sem precisar de palavras, esse é o meu vinho... estava interessante mesmo: soaram notas cítricas, mas a Ariane tomou-as diferentes, florais, creio. Tem sua complexidade sim, e agradou a todos. Acidez nem tão marcante, mas integrada, ponta mineral, com um ligeiro salgadinho (rs), apresenta volume em boca, elegante e agradável. Não é um primor de final, mas convence. Harmonização possível? Difícil, mas como abertura cumpriu a função. Está pronto para ser consumido, e não guarde muito mais. Fomos aos tintinhos enquanto pedíamos um bifim básico, e o próximo foi o Domaine des Remizières 2017, um Crozes-Hemitage já degustado anteriormente. Essa garrafa pareceu um pouco abaixo de outras já degustadas; tem boa fruta no nariz - creio que a Ariane pegou ameixa bem pronunciada e acidez, principalmente, não tão marcante quanto esperava. Certo, estava com a boca um tanto zoada (rs) por uma comida mais quente no dia anterior ter queimado o palato, mas des Remizières pareceu estar um pouco aquém do desejado. É o momento para seu consumo; não guarde mais, se tiver dessa safra. Com uma daquelas garrafonas imponentes, o Collezione Cinquanta da Cantine San Marzano - cooperativa estabelecida na região de Primitivo di Manduria - chegou com nariz bem doce - apontei de cara - e boca acompanhando. Tem muita fruta, apenas para mim, e por definição (risos), vinhos tão doces pegam algo estranho. Procurei no rótulo, e desvendei o mistério: é um meio doce, mas bem equilibrado; o dulçor está lá, não tão enjoativo. Mesmo não gostando do estilo, como já comentei em outras postagens, esses vinhos europeus têm bom potencial de harmonizar com comida, e este não fugiu à regra. Mostra bons taninos, preenche a boca e o pecado - se podemos dizer assim - reside em sua acidez bem presente não 'combater' o dulçor de maneira mais contundente. Que ficou bom com uma carne, ficou, também é inegável. Não encontrei a safra; a Ariane comentou ter comprado na Grand Cru, e no sítio consta como 2017. Contudo, em outro importador - onde está esgotado - consta como N/V; o sítio do produtor também não indica safra.

Preços

Cuvee Speciale foi lançado a algo como R$ 180,00, há algum tempo - anos -, pela Chez France. Em seu momento tubarona, subiu a R$ 280,00, mas volta e meia promovendo uma 'promo'. No momento, se comprar meia dúzia, sai a R$ 150,00+. Cuidado, ele está bom, mas não pense em comprar seis exemplares para beber de vez em quando. Estão desovando um vinho ainda pronto para beber mas com pouco potencial de guarda. No site diz 'até 5 anos', mas só posso acreditar que é uma informação antiga, do lançamento. Não está pela hora da morte - como acredito vários exemplares da queima da Mistral, ainda em vigor até este final de semana, estendendo-se de maneira anômala - mas não pense em guardá-lo mais. Pelo seu preço lá fora - encontrei apenas em um lugar - 18,00€, o valor aqui não está ruim. Apenas cuidado. Domaine des Remizières já foi comentado, estava a bom preço - e comprei ainda melhor, em 'promo' de desova do Savegnago de Araraquara. Collezione Cinquanta pode ser comprado, no sítio do produtor, a 22,00€, R$ 120,00, e seu preço aqui, R$ 320,00, flerta com o tubaronesco. Atualmente em promo, R$ 240,00 (R$ 204,00 para o assinante), está dentro do 2x e abaixo disso para o cliente-confrade.

Cuvee Speciale






Collezione Cinquanta 






2 comments:

  1. Novamente valeu as dicas!

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    1. Obrigado pela leitura, e que elas sejam proveitosas...

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