Friday, September 17, 2021

I Giusti & Zanza Dulcamara 2011

Introito

  Nada nesta vida é de graça. Ou, de outra maneira, precisava de combustível para tocar a postagem passada, de um vinho provado há uma semana. Dulcamara pagou o pato, e foi boa fonte de inspiração e companhia para a tarefa. Falei da I Giusti & Zanza pela primeira vez em 2012, na Noite dos Barolos Sanguinolentos, quando o Nemorino, vinho de entrada, surpreendeu a todos os bebuns. Experimentei outro Nemorino neste ano, e no ano passado havia experimentado um Perbruno. Experimentei outros exemplares, não postados. Lembro-me de ter provado todos eles em uma edição da Expovinis, e Dulcamara havia me surpreendido gratamente. Acabou sendo um dos destaques do evento, segundo o júri especializado. Não que conte muito, mais por conta de qualquer júri tupiniquim do que pelo vinho, claro, mas a coincidência fez-me notar que esse pessoal não é tão ruim quanto parece; às vezes eles acertam alguma... O leitor pode seguir os vínculos acima para saber mais sobre os vinhos e produtor.

I Giusti & Zanza Dulcamara 2011

Foi de caso pensado: semana desgastante, crianças dois dias fora de casa por conta da dedetização... precisava de um bom vinho para aliviar o estresse causado pela falta do Lemão e da Mel. Resulta que abri a garrafa às 16:00, e comecei a degustação às 20:30. São 22:45, portanto umas seis horas de aeração. Merece: ele era o melhor vinho do produtor até o aparecimento do Vigna Vecchia. Dulcamara é um corte de até 70% de Cabernet Sauvignon e  Cabernet Franc (a proporção depende da safra), um tanto de Merlot e uma pitada de Petit Verdot. É um supertoscano que pode ser confundido com um Bordeaux de bom nível: fruta muito rica, couro, chocolate... é um nariz muito estimulante. Boca com alguma especiaria, mas não aquele ataque da Sauvignon muito marcado na ponta da língua... lembra mesmo a Cabernet francesa em seu bom momento. A madeira também deixa seu travo muito bem harmonizado com toques terrosos e algum chocolate que se repete na boca. Ótima acidez, persistência longa, final com retrogosto bem presente. Tudo isso por 30 moedas (de Euro) no sítio do produtor. Aqui, facilmente encosta nos R$ 500,00. Não dá... está quase 3x... E lembremos que o sítio do produtor vende a preço cheio. O importador seguramente paga um preço inferior. Depois ficamos aguardando as 'promos' e compramos pela metade do preço. O tonto do importador ficou com o mico na mão por anos, mas se praticasse um preço bom desde sempre, poderia vendê-lo em prazo muito menor. Viva o mal planejamento. Viva o importador energúmeno, que além de tudo envelhece o vinho para nós. Note a tela do Wine-Searcher o preço em Euros, desta vez (normalmente uso Dóla).




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