Saturday, March 12, 2022

Vinho e burgue de Carnaval 3 - Final

Introito

   Este Enochato não tem compromisso com qualquer pessoa, instituição ou crença. Concepção que desacredito - p. ex., seres de outro planeta visitando a Terra - será posta de lado imediatamente após o pouso de uma espaçonave no Planalto Central. Aquilo no que acredito - uma civilização extraterreste extremamente benigna - tenho fé que só pousaria lá para mandar o pessoal fazer fila para fuzilamento por arma de raios laser. Imagino o Lira recomendando:
   - Lasers em tonteio...
   Sendo cortado pelo comandante alienígena:
   - Não! Lasers em modo de fritar gordura!
   Alguém duvida que essa civilização seria benigna? 🤣 Lembrem-se do posto vago para nosso maior herói desde Caxias...

   Voltando à motivação inicial: pesa sobre mim a maldição de reter certas coisas na memória. Discursos (conversas, digo), no mais das vezes. Datas, nomes, números, não. Mas pareço ter uma capacidade para pegar no pulo quando alguém está alterando seu discurso para mudar de opinião, coisa muito comum nestes tempos! Aliado a isso, meu desapego a tudo o que não parece-me bom e certo dá-me a completa liberdade de, no próximo segundo, abandonar minha crença no que antes achava correto. Deixei de seguir comentaristas políticos em seu primeiro deslize mais grave. Normalmente isso acontece depois de pequenos deslizes, momentos que antecedem a virada de mão desses pulhas. Isso posto, preciso arrepender-me de um comentário recente: ...nas palavras de Marco Villa, um analista fraco mas lúcido... Suas sucessivas críticas a Arthur do Val - praticamente diárias nos últimos dias - dizem muito a respeito de sua falta de lucidez. Ele tem pedido a cassação do deputado. OK. Quem se lembra de Fernando Cury, deputado que bolinou, ao vivo e a cores, sua colega de casa, a Isa Penna? Pesquisei no canal do Villa no Youtube suas citações ao deputado Cury. Nenhuma. Ele deve ter comentado, mas seguramente sem a devida veemência. Vá lá você mesmo(a), e pesquise por ambos os nomes. Em todas as críticas que ele fez a Arthur - que achei desproporcionais, lembrando-nos dos contextos Arthur x Cury - deixei meus comentários. Nem precisa procurar muito, as minhas normalmente são as últimas, posto que sempre chego atrasado para ouvir as postagens. A pergunta é: se Arthur tivesse de ser cassado pelas atrocidades que disse, o que deveríamos - por coerência - esperar para Cury? No mínimo, que fizesse companhia para o Lira, na primeira fila de execução pelos alienígenas, em Brasília. Ou não? 
   Observe a técnica: Villa diz muitas verdades (óbvias, no mais das vezes) para então perpetrar opiniões tortas e incongruentes. Maliciosas, até. Observe-se a personalidade (tem comentários ácidos meus bem antigos): ele jacta-se de ter desenterrado algumas palavras pouco usadas do dicionário. Ele não nos apresenta um neologismo; apenas recupera algumas palavras de pouco uso! Sua caterva (sic) delira... Insiste em repetir um bordão Você ouviu primeiro aqui, para algumas previsões acertadas. Para as erradas, claro... nenhuma citação. Ele previu, por exemplo, 800 mil mortos por Covid no ano passado e a quebra da bolsa (começou a falar nela em novembro ou dezembro de '20; só aconteceu no final de '21), apenas para ficar nesses exemplos.
   Por último - já me estiquei demais... - escrevi minha opinião sobre Villa (vínculo acima) no dia 26 de fevereiro, muito, mas muito antes dele começar a criticar Arthur. Espero que fique claro, portanto, que não faço uma defesa apaixonada do deputado. Faço uma crítica ao suposto analista. Villa transformou-se em um idiota. Digo isso com tranquilidade porque eu o ouço praticamente todo dia. Em sua última postagem - de hoje - ele demonstra que Arthur é um pelego desde sempre. Mas por qual motivo começou a desancá-lo somente agora?! Você, se o segue/escuta, fique atento; ele está ludibriando-o com uma conversa muito bem articulada. Vem ao ar uma pergunta, estando ele lúcido: a quem Villa serviria?

Ter confraria é padecer no paraíso

A prova definitiva dessa máxima (rs!) veio quando, na reunião relatada como Uma Piaba no Putin, lancei no uáti(zapi) a provocação na forma de pergunta: Quem levaria o Dolcetão? Todos seus felizes proprietários (Ghidelli e Sra. N) fizeram-se de desentendidos. Compareceram com vinhos até mais caros, mas abrir mão do Dolcetão - do qual cada um comprara apenas uma garrafa - ninguém. Vai que no encontro da última terça-feira resolvi que eu mesmo desapegaria de meu exemplar.

Reunião em uma terça-feira tranquila

Aconteceu que a Sra. N. resolveu viajar para o Canadá, e nos reunimos para escolher alguns vinhos que ela quem sabe traga na mala. Como seu valoroso rebento de 34 anos irá junto, temos $teto$ para trazer alguns bons rótulos e um homem para carregar tudo. Prenúncio de uma tempestade perfeita. Começamos provando um Hacienda de Arínzano branco 2018, vinho que o Akira nunca bebeu mas gostou desde a primeira cafungada. Claramente cítrico - acreditei ser limão, e ainda chutei damasco - ele opinou abacaxi, pescou toques florais e minerais. Só no nariz. Na boca é mesmo bem mineral, o caráter cítrico também está bem presente, acompanhado por ótima acidez. Madeira discreta, álcool (14,5%!) contido, está ótimo para ser bebido, mas pode ser guardado por mais tempo. Tem bom final e persistência, é um ótimo Chardonnay. Fica claro que seu irmão maior não vale 4 vezes seu preço; mas esse é uma boa compra. Eis que servi às cegas o Dolcetão: Pecchenino Bricco Botti 2012. Pecchenino produz uma gama relativamente grande de vinhos, de 'simples' Pinot Nero e Nebiollo (bem grosso modo, versão mais modesta do Barolo) a Barberas, Dolcettos e Barolos do excepcional vinhedo de Bussia. Dogliani é a DOCG tida como o lar da Dolcetto, cujo nome, Docinha, erroneamente sugere vinhos doces. Uma baita pegadinha, e nada além disso: fruta muito marcada - o Akira disse groselha - e para mim ficou no 'fruta negra', algo como chocolate e borracha, indicando algum toque vulcânico. Boca ótima, corpo médio, acidez bem presente, seus 14,5% de álcool não aparecem; a madeira, muito de leve. Parece - além da fruta - ter algo como café. Boa persistência e final médio. Ambos os vinhos não fizeram feio com o Quiche de queijo levado pela Dona Neusa, embora não tenham encontrado um bom pareamento. Ora, a degustação foi às cegas, e foi coincidência ela comparecer com esse prato. Mas teve bão... 😋
   Não copiei os preços, mas Pecchenino custa 'lá' (EUA; safra antiga, 2012 esgotada) USD 27,00 + taxas = USD 30,00. Aqui, pagamos cerca de R$ 230,00. Excelente compra. Dolcetos devem ser consumidos jovens, mas este ainda está muito bom; compre para beber nos próximos 2 anos sem medo. Arínzano custa 'lá' uns USD 20,00, e aqui cerca de R$ 200,00. Um pelo outro, Pecchenino ainda é melhor compra...

   Esta postagem foi tocada (rs) a um Valduero Crianza 2016. Os comentários de hoje estão anotados, e amanhã publico um resumo.

12 comments:

  1. Fala, Big Charles. Tudo bem?
    Este Marco Antônio Villa não era aquele que era professor da Federal, mas nunca era visto lá? Pois é, ele tem muita moral para soltar a língua, né? rsrsrsrs.
    Boa dupla de vinhos, hein?
    Abs,
    Flavitcho

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    1. Don Flavitz, como vai?
      É esse mesmo! Mas ele aparecia sim. Uma vez por semana. A pergunta que não se cala: se o pessoal da 'Área Norte' sabe disso, e as humanas ficavam na 'Área Sul', como a reitoria não sabia? Por que nunca tomaram qualquer atitude para garantir a presença do professor em benefício dos alunos?

      Ainda, acho que ele pode soltar a língua, não há problema. Vamos lá debater. Como tenho dito, ele fala muitas verdades (mais ou menos óbvias) e toca a safadeza nos comentários enviesados. Isso apenas 'demonstra' (sic) como existe gado de todo tipo.

      Os vinhos?... ah, má o mêno... 😆

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    2. Beleza, e vc, Big Charles?
      Pois é, eles são muito coniventes com pessoal que produz pouco (ou quase nada) e que às vezes, nem aparece lá. Aliás, este pessoal é muito influente no conselho universitário. Não tenho a menor esperança de que isso vá mudar um dia, infelizmente. E o pior de tudo, vc tocou no fato de garantir a presença em benefício dos alunos. No entanto, esses mesmos alunos adoram esses caras, enquanto malham os que dão aulas, se dedicam para manter o nível da universidade etc.
      Sim, o que vejo é que esses caras falam o óbvio e velejam de acordo com o vento, sempre.
      Abraços,
      Flavtiz

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    3. Bem... a chefia precisa garantir as condições para os estudantes. Se eles preferem cursos onde basta ficar um determinado tempo para saírem com um diploma, é um problema mais profundo.

      Se qualquer maneira, fica a pergunta: a quem Villa serve?

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    4. Big Charles, as chefias não têm poder algum. Quem manda são os sindicatos. Aí de um chefe que cobre alguma coisa...rsrs.

      Respondendo a sua pergunta final: A ele próprio, como sempre foi...

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    5. Desculpe, desculpe. Escorreguei. Por 'chefia' pretendi dizer 'quem manda' (a Reitoria, em última instância). A Reitoria deveria garantir (pelo menos!) boas condições de assistência acadêmica aos estudantes. Se eles não aproveitam, é outra conversa.

      Finalmente, não. Villa serve a alguém. Basta ver as críticas a Arthur do Val e ao Cury, que bolinou uma deputada ao vivo e a cores. Quantas vezes Villa falou desse sujeito? No máximo, uma. Se procurar na página dele no Youtube, não acha entrada alguma com o nome Cury...

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    6. Ah, entendi. Mas o que acontece é o seguinte: Tudo é feito para dar boas condições aos estudantes. Mas não aos bons estudantes, e sim, àqueles que não cumprem as suas obrigações. Os bons, que se ferrem. O objetivo é bem claro.

      Bem, quanto ao Villa, a parcialidade é clara. Ele mete o pau se lhe convier. Neste caso que você cita, as coisas estão bem estranhas mesmo. Aliás, abafaram bastante o caso deste tal de Cury, né? Quanto ao Mamãe Falei Besteira, terá que amargurar uma sova por muito tempo. Inclusive, do Villa.

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    7. E universidade 'é' aquilo que as pessoas fazem dela...

      Quanto ao distinto, vemos mais um caso onde é fácil ganhar alguma popularidade falando a verdade contra o governante do turno ou algo sem importância como essa guerra na Ucrânia (sic!), e distorcer o discurso para todo o resto.

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    8. Não o que fazem, mas o que fizeram dela. Um reduto de apoio a partidos políticos, maioria de esquerda, obviamente. Para tirar isso, levaria décadas. O pessoal lá que universidade deve ser um centro de resistência. Pensam que ainda estamos na década de 70. Universidade, para mim, deve ser formadora de bons profissionais geradora de conhecimento, e pronto.

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    9. Continua sendo aquilo que fazem dela...Fizeram e continuam fazendo: fazem...
      Bem, o assunto do blog é vinho.
      obrigado!

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    10. Sem problema. Apenas achei que o assunto, enquanto 'comunitário', já havia 'vencido'.
      obrigado!

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