Monday, June 6, 2022

I Love Italian Wines 2022

Introito

Convoco os homens para o apostolado da impiedade
É urgente o aprisionamento dos bichos.

Pergunto-me se os brasileiros já se tocaram: a Copa será depois da eleição. Como sabemos, a segunda historicamente começa depois da primeira. Para o bem ou para o mal, desta vez o tradicional ópio do povo não estará presente para desviar a atenção do eleitor neste importante momento do país. As conversas e delírios vão a toda: Cirão, o mentecapto pilantrão, troca uatizápis com Simone Palíndromo, a inocente, que pensa ser uma jogada de gênio conversar com os PSDBelhos; apenas perde tempo precioso e confirma a candura ao não perceber a obviedade da desimportância tucana. lulalelé, - outro desordenado - acredita em derrotar Jair, o quadrilheiro, no segundo turno - quiçá no primeiro. Antecipa tudo sem combinar com nós, votantes, e sem abrir mão do modelito que a ninguém engana - ato falho e (conectivo de adição!) completo mal gosto; deveria continuar preso só por isso. A cobertura de cabeça preferida do brasileiro, estimulada por Sena, esse sim um verdadeiro herói da nação, é o boné, e não o chapéu. Se o pelego acha-se acima dos mortais pelo uso do chapéu - deve ser o limite de sua visão -, isso apenas nos diz mais um pouco sobre a soberba que o embala. Ah, sim: correndo por fora, um viadinho (leia aqui para entender o contexto!) acredita que basta espernear para ter seus desejos atendidos. Tolo acabado; esperneia-se para outra coisa... tipo... criança esperneiam para ganhar doces. Entre adultos a conversa é mais... dura...

I Love Italian Wines

Aconteceu em S. Paulo, no último 31, o I Love Italian Wines, evento realizado pela Italia Trade Agency em colaboração com as feiras Vinitaly e Wine South America, e que contou com a participação de muitas importadoras nacionais. Convidado pela Enoeventos - cada empresa participante tinha direito a apenas 10 convites -, este envaidecido Enochato rumou todo feliz para Sampa. Como escudeiro, o confrade Ghidelli foi comentando durante todo o caminho - senti-me o Shrek acompanhado pelo burro - sua máxima de sempre: é muito vinho; vamos com cuidado. Eu retrucava: Que cuidado que nada... cuidado e pouco vinho é (sic) para os fracos... 
Havia muito tempo não participava de eventos maiores - menos pela pandemia, mais por um afastamento por descrer do mercado em geral -, e não sabia bem o que esperar de um festival como esse. Vinho novo, infanticídios, blefes completos? Sim. Serviço ruim? Menas (sic). Afinal, tratava-se de uma feira para profissionais - ei, o que eu estava fazendo lá, então? Tá bom... à luta...

O que particularmente me entusiasmou para aquele momento foi a oportunidade de conhecer pessoalmente o sr. Oscar Daudt, proprietário da Enoeventos e quem ofertou-me o convite para participar do encontro. Já conversara com ele por chat do sítio da importadora, e-mail e uatizápi. Também acompanhara diversas lives transmitidas ao longo da pandemia, mas faltava um encontro ao vivo e a cores. Aconteceu de entrarmos pela porta diagonalmente oposta ao stand da Enoeventos. Como sempre - haja ansiedade - eu precisava de algo na minha taça. De cara estava a Domno Wines, braço importador da Família Valduga. Vamos lá, sem preconceitos, pensei comigo mesmo. E sem preconceitos, fui direto para um meio seco, o Amaranta Montepulciano D'abruzzo 2018, 14%(!) de álcool. Surpreendeu pela fruta elegante e pelo bom volume em boca, mesmo para um meio seco. Esse estilo é diferente na Europa quando comparado com o do Brasil ou mesmo entre os sul-americanos - mas conheço pouco. Estava interessante - tentei lembrar-me de alguma harmonização com um meio seco que o Gustavo promoveu - mas quando percebi o Ghidelli estava confraternizando demais com o inimigo representante. Inimigo? Bem... conforme verifiquei depois, Amarante é um vinho de R$ 329,00 'cá' e USD 15,00(!) 'lá'. Vejamos, USD 15 x R$ 6,00 = R$ 90,00. O dóla não está R$ 6,00 (mas estava!, tomemos como baliza), e a conta dá quase 4x. Neeeext!

   Fui - literalmente - para a próxima mas dei não tanta sorte. Logo o Ghidelli voltava ao meu lado, procurando algo para forrar o estômago... era apenas sua segunda taça 🙄. Acho que você deve comer daquilo... - apontei, e quando ele voltou-se, se voltou-se, eu ia longe 😂. Circulei um pouco e dei de cara com o Oscar! Apresentei-me e seguimos para o stand da Enoeventos, onde conheci o Thiago, apresentador das lives da importadora. É claro, fui direto no Brunello 2015 da Donatella Cinelli. Tinha a desculpa perfeita para pular todos os outros: sou o feliz proprietário de umas 5 garrafas desse vinho. Até pensava em sacrificar uma delas quando veio o convite do Oscar... arrá, apostei - e acertei - que ele levaria o Brunello dela a um importante evento de vinhos italianos. Donatella tem ganho atenção da mídia internacional ultimamente, e seu Brunello 2015, de safra excepcional, está (muito bem) cotado a USD 65,00 'lá'.  Sei que é algo mais barato na Itália, mas o reconhecimento internacional de Donatella alçou o valor do Brunello a um patamar um pouco mais alto. A questão é: a USD 50,00 na Itália, pelo preço cá (como veremos) não vale a pena botar na mala e trazer para cá. Expressou fruta contida mas bem marcada; algo herbáceo e um pouco de especiaria, mas nenhum sinal da cereja típica de Sangiovese. Pode ter faltado aeração? Sim. Boca um pouco presa, taninos verdes mas com acidez já bem marcada e com boa persistência. Abri-lo foi um verdadeiro infanticídio, mas cometido pelo importador antes do que por mim... 🤣. Seu preço 'cá' é R$ 550,00, o que dá (USD 65,00 x R$ 5,00 = R$ 325,00 - notou que agora o dóla é R$ 5,00?) menos de 2x. Mas como nessa terra até viadinho esperneia, então o consumidor deve espernear também... 

Faça como já comentei: ligue lá (sic), diga que vai comprar uma caixa e peça preço de Enoclube. Se perguntarem como fica a vantagem do assinante - ou qualquer conversa mole -, não vacile: a vantagem do assinante é que ele pode no mês comprar uma única garrafa e ter o mesmo desconto que você vai levar comprando uma caixa. Se isso não é vantagem, explica para mim o que é. Você está pechinchando (e a pechincha é universal, faz parte de todas as culturas!); não deixe por menos. Ligue nas tubaronas e pechinche seu desconto para uma caixa, quero ver se não ganha! Ora! Então é isso: não sendo assinante do Enoclube, use a posição de consumidor-cidadão e negocie o desconto pela quantidade sem a menor vergonha. Eu negocio sempre. Se tornar-se o feliz proprietário de um Brunello da Donatella, não confie em avaliações de que ele está pronto para beber. Não está! Guarde-os por mais 4 ou 5 anos. De repente chegou o Ghidelli todo alegre e literalmente entortou tudo... veja a foto, diga que não (rs!). Continua...

Amaranta Montepulciano D'abruzzo 2018, cá e lá.





Donatella Cinelli Colombini Brunello di Montalcino 2015, lá e cá




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